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O tempo como matéria-prima

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Vivemos tentando ganhar tempo. Otimizando minutos, acumulando tarefas, preenchendo cada intervalo com algo que “renda”. Tempo virou recurso, investimento, capital. Mas, e se ele for, na verdade, matéria-prima?

E se o tempo não for algo que usamos, mas algo que habitamos?

Neste artigo, queremos olhar para o tempo com outros olhos — não como ferramenta de produtividade, mas como parte do processo criativo e da própria experiência de viver em movimento.

O tempo que não cabe no relógio

Trabalhar de forma remota e em movimento, muitas vezes, é visto como sinônimo de liberdade. Mas a armadilha é repetir a lógica do tempo corporativo — só que de mochila. Trocar o escritório pela estrada sem mudar a estrutura interna.

Mesmo com mais autonomia, seguimos tentando fazer caber um cronograma linear em dias que se dobram, se interrompem, se arrastam. E às vezes o que falta não é organização — é uma nova relação com o tempo.

Tempo criativo não é tempo útil

A criação tem seu próprio ritmo. Às vezes nasce num rasgo, às vezes demora semanas pra amadurecer. Não segue horário comercial.

A artista e escritora Lygia Clark falava do tempo como um corpo vivo. E talvez criar seja isso: perceber o tempo como um organismo que respira, se contrai, se expande.

Existe tempo de pesquisa. Tempo de pausa. Tempo de errar. Tempo de não fazer nada. E todos eles são tempo criativo.

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Viver em movimento muda o ritmo

Quem vive entre cidades, fusos, cafés e hospedagens sabe: o tempo se dilata e se comprime o tempo todo.

Tem dias que rendem como semanas. Outros desaparecem sem explicação. Esse fluxo exige escuta — não rigidez. Planejamento, sim. Mas com margem. Com presença. Com a consciência de que, às vezes, é o imprevisto que nos coloca no lugar certo.

O valor da desaceleração

Desacelerar não é parar. É dar profundidade ao tempo. Fazer menos com mais intenção. Criar com presença. Respirar entre uma entrega e outra.

A cultura slow, presente em movimentos artísticos, gastronômicos e até empresariais, propõe justamente isso: qualidade acima de velocidade.

E no trabalho remoto, isso pode significar:

  • Projetos com prazos mais humanos
  • Processos criativos com tempo para respirar
  • Produção de conteúdo sem burnout
  • Dias que não comecem com ansiedade

Como aplicar isso no dia a dia?

  • Crie rituais de começo e fim: mesmo sem rotina fixa, marcar o tempo ajuda o corpo a entender o ritmo.
  • Faça pausas reais: não aquelas com o celular na mão — pausas que te desconectem.
  • Negocie prazos que respeitem seu fluxo: não aceite a urgência como padrão.
  • Observe quando você trabalha melhor: manhãs? noites? Aproveite seus picos naturais.
  • Não se compare com o tempo dos outros: cada pessoa (e cada criação) tem seu compasso.

O tempo não é só o que passa — é o que sustenta. Ele molda nossas ideias, projetos, ciclos. E pode ser aliado, se a gente parar de correr contra ele.

Na vida em movimento, entender o tempo como matéria-prima é essencial. Porque mais importante do que ganhar tempo, é estar nele por inteiro.

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