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O medo de ficar pra trás em uma geração que cansou de correr

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Você já sentiu que está atrasado? Que enquanto todo mundo parece avançar, você ficou parado? Se sim, você não está sozinho. O medo de ficar pra trás é um fantasma silencioso que ronda uma geração que cresceu com a promessa de que poderia ser tudo. Mas, ao longo do caminho, descobriu que só querer não basta. E que, na corrida pelo sucesso, não há linha de chegada clara – só exaustão e comparação infinita.

A corrida invisível

Durante anos, fomos estimulados a correr. Correr para conquistar, para crescer, para produzir, para não perder tempo. O culto à produtividade, impulsionado por redes sociais e métricas de sucesso, transformou a vida em maratona. E mesmo quem já entendeu que não quer mais viver assim, muitas vezes ainda carrega a culpa de estar “ficando pra trás”.

Esse sentimento ganhou força nos últimos anos, especialmente entre pessoas de 30 a 40 anos, que olham ao redor e enxergam casamentos, filhos, promoções e patrimônio acumulado mesmo que tudo isso esteja mais nos feeds do que na realidade. A comparação deixou de ser entre amigos e virou uma competição mundial. E o tempo deixou de ser pessoal para virar performance.

O peso de recomeçar

Outro fator que alimenta esse medo é a ideia de que mudar de rota tem prazo de validade. Há um limite invisível, imposto socialmente, sobre quando ainda “vale” começar de novo. E, depois dos 30, recomeçar pode parecer sinônimo de fracasso quando, na verdade, é justamente sinal de consciência e coragem.

A geração millennial está reescrevendo os tempos da vida. Nem sempre com segurança ou estabilidade, mas com o desejo de viver de forma mais real. Mesmo assim, é difícil escapar da sensação de que estamos atrasados. De que tem algo que já deveríamos ter feito, alcançado, conquistado.

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Quando o tempo é outro

A verdade é que cada um está numa linha do tempo diferente. E comparar histórias pessoais como se todas corressem na mesma estrada é injusto e adoecedor. Entender isso não significa deixar de sentir. Mas pode significar aliviar um pouco o peso.

O tempo que nos ensinaram a seguir era o do mercado. Mas existe outro tempo, mais íntimo, que pede escuta. Nem sempre ele é linear. Muitas vezes ele desacelera, faz curvas, pausa – e tudo bem.

A vida fora da régua

Se tem algo que aprendemos nas últimas décadas online, é que ninguém tem todas as respostas. E que correr por correr não leva a lugar nenhum. Talvez a verdadeira coragem hoje seja aceitar o próprio ritmo, mesmo quando ele não combina com o do resto do mundo.

Ficar pra trás pode ser só uma ilusão de ótica. Porque, no fim, quem respeita o próprio tempo não está atrasado está presente.

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