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O FOMO ficou velho: a ascensão do JOMO

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Durante muito tempo, fomos movidos pelo medo de perder. O FOMO, sigla em inglês para Fear of Missing Out, virou um dos sentimentos mais discutidos da era digital. Era aquela inquietação constante de não estar onde deveríamos, de não ver o que todos estavam vendo, de não viver o que parecia imperdível.

Mas algo vem mudando. Aos poucos, um novo termo começa a aparecer em conversas, memes, livros e até campanhas de marketing: JOMO, ou Joy of Missing Out, a alegria de perder. Uma mudança de perspectiva que não é só semântica, mas também emocional, mental e até política.

Do medo à liberdade

O FOMO floresceu com as redes sociais, que multiplicaram convites, eventos, lives e experiências a todo momento. A cada atualização do feed, surgia a sensação de estar ficando para trás. Como se a vida estivesse acontecendo do lado de fora e a gente estivesse, de alguma forma, falhando.

O JOMO é o respiro contrário. É quando a gente sente prazer em não estar em todos os lugares. É quando dizer “não vou” deixa de ser um sinal de exclusão e passa a ser um gesto de cuidado. Com ele, a ausência vira escolha e não mais punição.

Presença real e ritmo próprio

Essa mudança tem tudo a ver com o cansaço de viver plugado o tempo inteiro. Para muitos, o JOMO vem como uma resposta ao burnout digital e à hiperconectividade. É o desejo de viver mais devagar, de voltar a ter foco, de construir relações fora do feed e de encontrar valor no que acontece longe da performance.

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Enquanto o FOMO nos puxa para fora, o JOMO nos convida a voltar para dentro. Ele diz que tudo bem não estar no evento da vez, não acompanhar a série que todos comentam, não responder mensagens imediatamente. Ele nos devolve o direito de estar onde nosso corpo e nossa mente realmente querem estar.

JOMO como autocuidado

Adotar o JOMO é também um gesto de resistência. Em uma cultura que idolatra o “estar por dentro”, o “ser multitarefa” e o “ser sempre disponível”, escolher perder algumas coisas pode ser libertador. Pode significar mais tempo de qualidade com quem se ama, mais silêncio, mais criatividade, mais saúde.

Isso não quer dizer virar eremita. Mas talvez, sim, abrir espaço para escolhas mais conscientes. Para uma vida que prioriza o que importa, e não o que só parece urgente.

Nem tudo precisa ser vivido

JOMO não é sobre fugir do mundo. É sobre não deixar o mundo nos engolir. É sobre encontrar alegria nas pausas, nos momentos em branco, nas noites sem compromisso. Sobre celebrar o tempo recuperado, a presença plena, e o simples fato de que a vida também acontece nos intervalos.

Se o FOMO era barulhento, o JOMO é sutil. Mas poderoso. Ele não nos promete mais, e sim melhor. E talvez seja exatamente disso que a gente esteja precisando agora.

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