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Dias Perfeitos: aprender a viver no intervalo entre o trabalho e o mundo

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🎵 leia ouvindo Pale Blue Eyes – The Velvet Underground

O mundo gira lá fora como se todo dia fosse uma chance de se provar. De produzir, performar, compartilhar. Mas há quem escolha o contrário: acordar cedo, lavar o rosto, tomar um café silencioso, varrer a calçada e cuidar das plantas. Em Dias Perfeitos, Wim Wenders filma a repetição como poesia. E a gente assiste com um misto de conforto e um certo nó na garganta. Porque talvez a gente também quisesse isso: uma vida que cabe na rotina, não nos reels.

O valor de uma vida invisível

No filme, Hirayama limpa banheiros públicos em Tóquio. Um trabalho considerado simples, quase invisível. Mas é justamente nessa invisibilidade que ele constrói um mundo só dele onde há tempo para escutar músicas antigas, observar o reflexo da luz nas folhas e sorrir para estranhos como se já os conhecesse.

Assistir Hirayama, em Dias Perfeitos, é confrontar a pressa com a qual temos vivido. É lembrar que uma vida bonita não precisa ser extraordinária. Precisa só ser sua. Com seus rituais, seus afetos, seus silêncios.

Tempo é o novo luxo

A gente vive numa era em que “ter tempo” virou símbolo de status. Mas também de coragem. Coragem de sair do automático, de abrir mão da produtividade eterna, de desacelerar sem culpa. O tempo livre (esse tempo que a gente chama de “vazio”) pode ser o espaço mais fértil que existe. Para criar, sentir, descansar, reaprender a viver.

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No fundo, o que esse filme nos diz é que o tempo só tem valor quando é nosso. Quando a gente decide o que fazer com ele, sem seguir roteiro alheio. E talvez seja isso que a gente quer provocar em cada texto, imagem ou ideia que compartilha: e se a gente vivesse uma vida mais nossa?

Um convite à presença

Aqui a gente fala muito sobre viver em movimento. Mas nem todo movimento precisa ser geográfico. Às vezes, mudar de lugar significa só mudar de ritmo. E Dias Perfeitos é sobre isso. Sobre a potência de uma vida simples, a delicadeza dos gestos cotidianos, a presença plena no agora.

É um lembrete de que é possível viver bem mesmo longe dos holofotes. Que há beleza em preparar o almoço sem pressa, em não ter planos para o domingo, em ver o dia terminar e sentir que ele foi suficiente.

Para onde a gente quer ir?

A pergunta que fica depois do filme (e desse texto) não é sobre destino, mas sobre intenção. Para onde a gente quer ir com o nosso tempo, com o nosso trabalho, com o nosso corpo, com o nosso desejo de existir com mais leveza?

A resposta pode estar naquela playlist esquecida, no caderno de anotações, no caminho de volta do mercado. Ou, quem sabe, em abrir mão da necessidade de ter todas as respostas.

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