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A gente ainda sabe o que é ter uma comunidade?

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Em algum momento, entre os grupos do Facebook e os emojis no WhatsApp, a palavra “comunidade” virou sinônimo de engajamento. Mas comunidade, de verdade, é outra coisa. Não basta curtir, comentar ou seguir. A gente sente quando faz parte. Sabe quando pertence. E ultimamente, muita gente tem sentido o contrário: isolamento, falta de vínculos reais, ausência de redes de apoio que façam sentido fora da tela. Será que a gente desaprendeu a viver em comunidade? Ou será que só está mais difícil encontrar onde ela acontece?

Estamos juntos ou só conectados?

Vivemos em um mundo onde estar conectado é fácil. Temos grupos no WhatsApp, seguidores no Instagram, canais de voz no Discord. Mas, mesmo com tanta conexão, cresce o número de pessoas que se sentem solitárias. A pergunta, então, é inevitável: a gente ainda sabe o que é viver em comunidade?

Comunidade não é só proximidade física, nem uma hashtag compartilhada. É sentir que existe um lugar onde você é visto, acolhido, necessário. Onde sua ausência faz falta. Onde há troca genuína, não só mensagens visualizadas.

O esvaziamento das relações no cotidiano

Parte da nossa rotina foi tomada por algoritmos, entregas instantâneas e vínculos utilitários. Compramos sem falar com ninguém. Trabalhamos de casa. Passamos dias inteiros sem escutar outra voz além da nossa. Nas grandes cidades, nem os vizinhos se conhecem mais.

A velocidade da vida moderna e a cultura da produtividade foram empurrando o convívio coletivo para fora da agenda. Sobrou pouco espaço para o encontro gratuito, para o afeto não planejado, para os rituais simples que sustentam a ideia de comunidade.

Redes sociais: laços ou vitrines?

O discurso sobre pertencimento nunca foi tão forte. Mas será que pertencemos mesmo, ou apenas performamos pertencimento? O feed nos mostra festas, encontros, eventos. Mas, no fundo, muita gente assiste tudo isso da tela do celular, com a sensação de que ficou de fora.

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As redes sociais nos deram alcance, mas não necessariamente profundidade. São espaços importantes, claro, mas dificilmente substituem o abraço, o café compartilhado, a escuta sem distrações. Criar comunidade na era digital exige intenção.

O que buscamos, no fundo

O desejo de pertencer continua vivo. E isso se vê no retorno de práticas antigas e simples: grupos de leitura, hortas comunitárias, coworkings afetivos, almoços de domingo entre amigos. Lugares onde a gente pode chegar como é, sem precisar explicar tanto.

Muita gente tem buscado formas de se reconectar com outras pessoas fora da lógica do consumo ou da performance. Criar comunidade, hoje, talvez seja menos sobre grandes estruturas e mais sobre vínculos pequenos, constantes, reais.

Reconstruir o comum

Talvez a resposta para o cansaço contemporâneo esteja menos na produtividade individual e mais na força coletiva. Voltar a pensar no comum. Criar rotinas em que caibam o outro, o afeto, a presença. Porque a vida em comunidade não é sobre grandes gestos, mas sobre a repetição cotidiana de cuidados.

No fim, a pergunta não é só se a gente ainda sabe o que é ter uma comunidade. Mas se estamos dispostos a reaprender. E a abrir espaço para isso na agenda, no coração e na cidade onde a gente vive.

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